Na Grécia, uma nova regra elaborada pela federação local tem chamado atenção: os árbitros podem paralisar as partidas caso se sintam ofendidos com os xingamentos de alguma torcida presente no estádio. Foi o que aconteceu no último domingo, na vitória do PAOK sobre o Skoda Xanthi por 1 a 0, em jogo válido pela primeira rodada do Campeonato Grego. O meia brasileiro Marcelinho Leite, do Skoda Xanthi, se sentiu prejudicado com a interrupção.
A confusão começou já no final do segundo tempo, quando o time mandante vencia o jogo por 1 a 0. De acordo com Marcelinho, a equipe visitante vinha melhor na partida e estava próxima do empate, quando, aos 30 minutos da segunda etapa, os torcedores do PAOK começaram a xingar e usar expressões ofensivas para se referirem ao árbitro. Imediatamente, o juiz interrompeu o jogo por alguns minutos e ameaçou encerrar o duelo, caso a torcida não parasse de xingá-lo.
– Foi a primeira vez que isso aconteceu comigo em toda minha carreira. Sinceramente foi uma sensação bem estranha. O juiz correu ao bandeirinha, depois ao assistente e paralisou a partida por uns 5 ou 10 minutos. Achei um absurdo esse tipo de manifestação da torcida do PAOK – contou Marcelinho.
Enquanto a partida estava paralisada, os alto falantes do estádio Toumba Stadium suplicavam para que a torcida parasse de xingar o juiz, afinal além de o PAOK perder os pontos do jogo, receberia uma multa de €158 mil (cerca de R$ 362 mil).
– As torcidas aqui são bem mal-educadas, são bem baderneiros. Houve época que jogavam cadeiras no gramado e tudo mais. É uma situação muito chata. Quando tem jogo, a torcida do time visitante não pode ir ao estádio para não fazer esse tipo de coisa – disse.
Segundo Marcelinho, que está no Skoda Xanthi desde de 2008, o Brasil deveria usar tal acontecimento como uma forma de aprendizado. O meia também acha que tais leis deveriam ser utilizadas pelas federações para promover o respeito no futebol.
– No Brasil, não sei se os torcedores aceitariam bem esses tipos de regras, mas acho que lá também deveriam ser levadas em conta. Acho que essas normas são bem coerentes para promover o respeito nos estádios. Vemos muitas coisas passarem do limites, que deveriam ser combatidas com rigidez – concluiu o jogador.